domingo, 31 de dezembro de 2017

METAS QUE O MOVIMENTO "LGBT LACRAÇÃO" DEVE ADOTAR PARA 2018.

Semana passada, um jornalista publicou um texto com o tútulo "10 Coisas que Gays devem parar de fazer em 2018". Seria uma leitura até interessante se não se tratasse de mais do mesmo: a velha demonização e perseguição à comunidade Gay com a qual já estamos acostumados há mais de 1600 anos. Um texto altamente estereotipante nos mesmíssimos moldes das publicações de conservadores religiosos que tentam ditar "como ser um Gay descente" na tentativa de adestrar a comunidade Gay para que ela sirva às suas vontades e aja da forma que eles desejam. Além de ridículo, o texto não fala absolutamente nada de relevante para um movimento político e se resume a choradeira e dor de cotovelo de gente ressentida que procura em tudo que é canto, uma forma de externalizar sua homofobia de uma maneira que não pareça homofobia, mas sim "desconstrução".

Frente a isso e inspirado pelo texto do coleguinha Caparica, resolvi listar algumas coisinhas que a turminha LGBT da lacração pode adotar como meta para 2018. Seguem elas:

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  1. Parar de achar que gays são bonecos infláveis.
Dear bissexual people. As pessoas homossexuais não são bonecas infláveis que servem apenas para satisfazer sua necessidade de sexo quando sua parceria hétero (aquela que você anda de mão dada na rua e apresenta para a família, sabe?) não está afim de transar. Além disso, não é pelo fato de ter um Gay afim de você, que você tem o direito de coagi-lo a transar com você e uma mulher para satisfazer seus fetiches. Se quer ser tratado com respeito, faça o mesmo primeiro.

  1. Parar de fazer  de conta que existe uma tal de “bifobia” (e pelo amor de Deus, PAREM com essa mania doentia de achar que ter uma “fobia para chamar de sua” é algo que gera algum “status”).
Já passou (e muito) da hora de parar com essa palhaçada de achar que toda criticazinha, rejeição amorosa ou olhadinha torta na rua ou na balada é uma “opressão estrutural”. A tal da “bifobia” não existe e nunca existiu, assim como também não existe essa lenda chamada “gordofobia”.
Ninguém morre por ser bissexual; ninguém nunca foi preso por ser bissexual; ninguém nunca foi considerado doente por ser bissexual; ninguém nunca foi apedrejado, preso, decapitado, açoitado, assassinado ou enforcado por ser bissexual; ninguém foi E É mandado para campos de concentração por ser bissexual; ninguém nunca foi proibido de se casar por ser bissexual; ninguém foi internado em hospitais psiquiátricos e sofreu lobotomia por ser bissexual. Os bissexuais que sofreram tais coisas, as sofreram não por uma suposta “bifobia”, mas sim por HOMOfobia e por serem “confundidos” com homossexuais. Nenhum bissexual leva porrada na rua quando está andando de mãos dadas com sua namorada em um relacionamento hétero, mas corre o risco de apanhar caso ande na rua de mãos dadas com um parceiro de um relacionamento homo. Então apenas PAREM de tentar forçar a existência da “bifobia” para poder ter um “lugar ao sol” no “clubinho dos oprimidos” (como se isso fosse algum tipo de vantagem e eu sinceramente não sei de onde vem essa mania doentia de achar que gera algum ‘status’), porque ela existe tanto quanto a “heterofobia”. Ou seja: NÂO existe.

  1. Parar de escrever que nem idiotas.
Eu realmente acho engraçadíssimo como as pessoas que se dizem “as maiores ativistas da justiça social que você respeita” se preocupam com todo tipo de coisa inútil e sem sentido que não ajudam em absolutamente nada na luta prática das minorias, mais ainda atrapalha a vida de outras minorias. Uma dessas coisas é essa mania tosca de difundir o analfabetismo funcional como se fosse algo extremamente louvável e “revolucionário”.
Não é nada raro vermos pessoas que se dizem “lutadoras contra o patriarcado” mudarem a forma de escrever para bancar o “desconstruidão da porra” e substituir as vogais das palavras por “x”, “@” e “e” (Ex: Todxs, amigues, bonit@). Parem com isso pois além de ser uma coisa totalmente inútil e sem sentido prático nenhum além da tal “representatividade”, isso ainda pode atrapalhar a vida de pessoas portadoras de deficiência que utilizam softwares de leitura, uma vez que os mesmos não reconhecem essas palhaçadas que vocês acham “legal” inventar por puro fogo no rabo e falta de serviço (a vida de vocês deve estar muito bem resolvida e sem nenhum problema para gastar tempo com “desconstrução da língua portuguesa, né?)

  1. Entender que os maiores babacas que vocês tanto adoram criticar não são Gays e sim bissexuais.
Sabe aquele cara que vocês gostam tanto de chamar de babaca, machista e o escambau por exigir “sigilo”, ser “discreto e fora do meio”, “não sou nem curto afeminados”, “tem que ser escondido” e o caralho a quatro? Pois então. Essas pessoas geralmente fazem isso porque têm medo ou vergonha de ter sua sexualidade revelada. E sabem quais são os maiores motivos para tal? 1) São Gays obrigados a fingir uma vida heterossexual e não podem ser expostos por “n” motivos que vão desde homofobia internalizada até medo de agressões e coisas piores. 2) São bissexuais que não querem ser “confundidos” com Gays e desprezam qualquer tipo de associação deles com a homossexualidade. Lembram dos famosos “comedores de v14d0” aos quais nos referíamos até pouco tempo atrás (os atuais HSH)? Pois bem. Eles nada mais são que bissexuais. Então tomem vergonha na cara e parem de jogar esse saco nas costas dos Gays quando na verdade ele está muito mais nas costas do bis do que na nossa.
  1. Parar de confundir cooperação com parasitismo
Muita gente adora falar em uma linda e maravilhosa “união da comunidade LGBT”. Mas essa união só existe quando ela serve para fazer com que os Gays deixem suas pautas em segundo plano e trabalhem para tratar de pautas de outras letras do abecedário da casa da mãe Joana que virou este movimento. Quando a pauta tratada é uma pauta referente à comunidade Gay, o que não faltam são textões falando do “quão umbiguista o movimento Gay é”, “como os Gays são GGGGs e pensam apenas em si mesmos” e coisas afins. Esquecendo-se, proposital e desonestamente, de que o movimento Gay carregou todas as lutas nas costas por mais de 150 anos. Inclusive quando o movimento feminista fez o favor de meter o pé na bunda das lésbicas deixando para que o movimento Gay (aquele GGGG que vocês tanto odeiam) impedisse que elas fossem enviadas para os campos de concentração nazista sob o parágrafo 174 do CP alemão. Mas quando são as outras letrinhas da sopa (inclusive bissexuais que nem pautas próprias têm) que estão tocando suas lutas independentemente (o que eu acho ótimo porque cria independência), sobram elogios sobre “como os LBTs são empoderados” e o caralho a quatro”. Realmente é bem fácil ter este empoderamento todo e “exigir visibilidade” quando a poeira está mais baixa e se foi carregado nas costas por um século e meio, né? Então sejam ao menos um pouquinho menos ignorantes e mais coerentes, pois Gay nenhum é empregado de LBT para priorizar outras pautas em detrimento das nossas. Até porque vocês não fazem isso.

  1. Discutir pautas que realmente existam e parar de achar que questões referentes à sua vida pessoal são relevantes para debates sociais.
Padrãozinho”, “gordofobia”, “solidão afetiva de fulano”, “desconstrução de gosto”... Nada disso é pauta e nada disso é minimamente relevante para o movimento. Pare de achar que alguém é obrigado a resolver seus problemas e lástimas pessoais como parte da militância, pois não é. Se a sua vida afetiva é uma bosta, o problema é seu. Resolve isso por conta própria, cresça, se valorize e entenda que ninguém é obrigado a gostar (ou fingir que gosta) de você por “desconstrução” (vulgo: pena). E na moral, não é possível que vocês achem digno alguém fazer de conta que gosta de vocês por obrigação. Cadê o amor próprio, galera?

  1. Deixar de ser fresco e focar nas pautas que realmente importam.
Aproveitando o gancho do ponto anterior, eu queria muito saber como andam as discussões realmente sérias e que devem ser tratadas no nosso movimento ao invés de “noossaaaaa, como os GGGGs padrõezinhos são babacas por darem toco em gente gordaa”, “noosaaaaa, o Gay chamou o bissexual de indecisoo. Que bifóbico ele é”, “nooosaaa, que absurdo um gay que se recusa a se relacionar com vaginas, seu misógino escroto, machista babaca”, “ain, hoje eu criei um gênero novo pra mim no tumblr e quero ele na minha identidade senão vou chamar todo mundo de transfóbico”; como por exemplo: Legalização (via lei e não jurisprudência) do casamento homoafetivo, derrubada da proibição de homens gays doarem sangue, adoção, despatologização da transsexualidade e extinção dos CIDs F-64.0, F-64.1 e F-65.1, empreendedorismo LGBT, ações de proteção à criança e adolescente vítima de homofobia em casa e na escola, políticas públicas para LGBTs idosos, criminalização da LGBTfobia, aprovação do estatuto da diversidade sexual, formação de bancadas políticas para que nossas pautas possam realmente ser debatidas, ações internacionais a respeito dos CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO PARA HOMENS GAYS que existem na Chechênia, caça aos Gays promovida abertamente pelo islamismo, direito à autodefesa e coisas do tipo.

  1. Parar de se achar no direito de se meter na vida sexual / amorosa de outras pessoas sem elas terem pedido sua opinião.
Ultimamente os LBTs têm super se achado no direito de querer ditar e decidir com quem os Gays devem se relacionar, né? “Ain, você não se relaciona com gordos seu gordofóbico”, “ain, você não se relaciona com bis, seu bifóbico”, “ain, você não se relaciona com negros, seu rascista”, “ain, você não se relaciona com trans, seu transfóbico”... E vocês, amores? Como andam (para além do recalque) suas vidas amorosas e sexuais? Cheias de bissexuais, negros, gordos e trans? Ou será que vocês não passam de um bando de hipócritas demagogos que gostam de bancar as carolas da década de 20 que gostavam de arranjar casamentos para os outros enquanto estavam encalhadas? Vocês se relacionam com seus respectivos grupos ou isso é uma “nova obrigação” exclusiva da comunidade Gay para satisfazer o ego tosco de vocês?
É um ponto a se pensar, né?

  1. Parar de estimular hábitos destrutivos e nocivos sob um falsíssimo pretexto de “desconstrução” e “empoderamento”.
Está super “na moda” as pessoas “se preocuparem” com a saúde mental das outras, né? Mas a custo de quê? Como vem essa preocupação e qual sua finalidade? Será que se trata realmente de preocupação com terceiros ou apenas de justificar hábitos destrutivos e camuflar a preguiça, comodismo e vontade de fazer todo mundo ser como você usando como argumentos absurdos como “tudo bem você estar gordo”; “obesidade não é doença”; “obesidade não deve ser combatida e sim a ‘gordofobia’”, “ser magro e frequentar academia é uma forma que o sistema capitalista malvadão usa para te explorar e acabar com sua saúde” (OI??); “se você for gordo (a) e gostar de ser assim, você não está fazendo mal nenhum a você mesmo e ainda está sendo ‘revolucionário e lutando contra os padrões de beleza’” (vergonha na cara, que é bom, nada né?) e “essa sociedade gordofóbica vai ter que aturar ou surtar”?
Pois bem. Obesidade é doença SIM, é um problema de saúde pública SIM, faz mal SIM e deve ser combatida SIM. E nenhum discursinho com jargões mainstream vai mudar o fato de que obesidade é uma doença (CID E-66), entope veias, acarreta outras doenças e mata. Então ao invés de prestarem desserviços à sociedade, comecem a incentivar as pessoas a fazerem exercícios, frequentar academias e ter uma boa alimentação ao invés de falar que “bacon e carboidratos são revolucionários”. Ninguém liga para revolucionários mortos por hipertensão, diabetes, hipertrofia ventricular, trombose, câncer, artrose e derivados. CRESÇAM!

  1. Entender que “lacração” não é ativismo.
Se você acha que “lacrar” e “pisar” nos outros é uma excelente e revolucionária forma de ativismo, parabéns. Você é um completo imbecil. Além de não ajudar em absolutamente nada em luta alguma, só cria ainda mais resistência e aversão às pautas e discussões que devem ser feitas o quanto antes pelo simples motivo de que você quer brincar de Regina George e fazer de conta que é uma vilã de novela das 21hs. As pessoas não vão atender às nossas reivindicações e entender sua importância pelo simples fato de você querer que elas façam isso. É preciso provas e desenhar o porque isso deve ser feito. Mostrar o que vai trazer de bom para a sociedade e como tais questões vão contribuir para o avanço dela como um todo. Não se esqueça que você é uma minoria tanto em número populacional, quanto em dinheiro e poder. Então achar que se pode enfrentar um canhão de guerra com um quilo de glitter e que nisso existe uma correlação de forças proporcionais, além de ser um baita de um tiro no pé, é de uma burrice sem tamanho. Sem falar que é irritante pra caralho e faz não só os “cis-héteros” tomarem antipatia do movimento como um todo, como também afasta e coloca muitos LGBTs contra o movimento da forma como vem sendo tocado. Isso se chama auto sabotagem e suicídio político.

  1. Parar de demonizar Gays
Não é de hoje que a humanidade está habituada a jogar a culpa de todas as suas mazelas, sofrimentos, desgraças, catástrofes e infortúnios nas costas dos Gays. Acreditem, nem nisso vocês são pioneiros ou “diferentões”. Foi assim com a peste negra no século XIV, foi assim durante o nazismo, foi (e é) assim nos regimes comunistas, foi (e é) assim no cristianismo onde somos culpados pela questão de Sodoma e Gomorra, é assim no islamismo, foi assim durante a epidemia de HIV no século passado... Enfim. Sempre que dá alguma merda na sociedade, a galera usa a comunidade Gay como espantalho para culpar por suas lamentações. E agora o mesmo está sendo feito com os pobres coitados dos LBTs que resolveram embarcar na onda (nada criativa) dos homofóbicos e jogar toda a culpa de suas angústias e lamentações nas costas dos Gays.
Acontece que se hoje vocês têm o mínimo de liberdade para brincar de “lacrar”, “pisar” em Gays e chamar isso de ativismo (vocês são patéticos), é justamente graças aos homens Gays que carregam vocês nas costas como parasitas desde 1867, quando foi criado o primeiro grupo de defesa dos direitos homossexuais do mundo. O comitê científico humanitário foi fundado por Magnus Hirschfeld em 1867 na Alemanha e foi graças aos GGGGs que hoje vocês podem sair lacrando, dando pinta e sair por aí esbanjando soberba e ingratidão ao se apropriar, colonizar, apagar, reescrever e literalmente roubar a história de um movimento que foi criado, tocado e mantido por Gays desde sempre. E antes que venham com aquela ladainha ridícula de Stonewall, já lhes adianto que: 1) Não foi nem de perto a primeira mobilização Gay que existiu. Antes disso já haviam várias mobilizações como piquetes, artigos em revistas e todo tipo de manifestação que conhecemos hoje. Stonewall foi apenas um marco que teve maior visibilidade. 2) Não foram as travestis e mulheres trans que deram início à revolta. Inclusive a tal da Sylvia Rivera sequer estava nos motins. Ela estava dormindo no Parque Bryant depois de uma dose de heroína. A clientela de Stonewall, inclusive, era formada basicamente por homens brancos de classe média, frequentado por poucas drag queens e travestis. Então antes de saírem espalhando mentiras, ao menos se informem sobre a história do evento em questão.
Isso sem falar na apropriação de datas e símbolos da cultura Gay como a própria bandeira do arco-íris, que é a bandeira do orgulho Gay (e não “LGBT”) e de datas como o dia 17 de maio, no qual é comemorado o dia internacional de combate à homofobia, por se tratar da data em que a homossexualidade foi retirada da lista de doenças da OMS em 17 de maio de 1990.

  1. Parar de fazer o movimento virar uma piada como tem sido feito nos últimos anos.
De uns anos para cá, o que não faltou foram motivos para tratar o movimento como piada. Dentre os quais, podemos citar coisas como a incorporação de trocentas letras à sigla (uma para cada “gênero” novo criado pela turma da lacração virtual – têm-se notícia de que tem gente usando até QUINZE letras nela e pasme: pessoas querendo incluir heterossexuais nela), teorias sem o mínimo nexo como “gênero fluido”, “sexualidade como construção social” (o que corrobora com o discurso fundamentalista de “cura gay” ao dizer que ninguém nasce hétero ou homossexual – ou seja, a mesma coisa que os religiosos dizem ao falar que as pessoas “viram gays” por influência), uma suposta obrigatoriedade de pessoas L, G, B e Ts serem de esquerda para terem alguma “legitimidade” de lutar por seus direitos civis como se orientação sexual e identidade de gênero fossem meras ideologias políticas, esquecendo-se completamente que tanto a direita quando a esquerda (principalmente a esquerda) perseguiu, prendeu, torturou, mandou para campos de concentração e Gulags os homossexuais sob acusação de serem “contrarrevolucionários” e campanhas horrendas como algumas que vemos por aí de “LGBTs pró-islã” (aquela religiãozinha que mantém atualmente SEIS campos de concentração para homens Gays na Chechênia.
O mais engraçado é a forma como as pessoas estão assustadas com o aumento da oposição ao movimento que vem ocorrendo nos últimos anos. Se nem o próprio movimento trata das coisas sérias que deveriam ser tratadas, como podemos esperar que pessoas fora dele entendam a seriedade que o mesmo deveria ter? Isso sem falar, claro, na quantidade de LGBTs que idolatram ditadores genocidas homofóbicos como Fidel Castro, Che Guevara, Stálin e Kim Jong-Um.

  1. Tomar vergonha na cara e parar, de uma vez por todas, de falar em “privilégio Gay”.
Por fim, mas não menos importante, vamos parar de uma vez por todas com essa palhaçada de falar em “privilégio Gay”. Não existe absolutamente nenhum privilégio em ser perseguido por mais de 1600 anos, preso, torturado, açoitado, enforcado, decapitado, açoitado, lobotomizado, apedrejado, enviado para campos de concentração, privado de direitos, visto como sub-homens, vetores de doenças, causadores de catástrofes ambientais e ter um alvo nas costas desde sempre.
Se formos falar em um suposto privilégio, quem tem esse tal privilégio é quem consegue “fazer de conta” que é hétero, andar de mãozinhas dadas com o relacionamento hétero na rua enquanto mantém relação sexuais escondidas com pessoas do mesmo sexo para satisfazer seus desejos, né? Talvez seja privilegiado quem, ao invés de ser chamado de “aberração” e “abominação”, é chamado de “esperto”, “quem come de tudo está sempre mastigando”, “caiu na rede é peixe”, “tem buraco, tá entrando” e tantas coisas que as Dear bissexuais people são relacionadas pela sociedade em geral. Então, na moral. Deixem de ser desonestos, hipócritas, tomem vergonha na cara e acordem para a vida.

14) Problematizar menos e solucionar mais.
Quanto mais o tempo passa, mais a militância ‘ELIGEBETÊ” se preocupa em criar e apontar problemas e menos em trabalhar em soluções para tais problemas. Como se criar uma nova sofrência por dia ou um motivo para mostrar para o coleguinha o quão fodida a vida dele é (todo mundo já conhece os próprios problemas), fosse algo minimamente produtivo e ajudasse em alguma coisa.
Ao invés de se gabarem por serem “os problematizadores do rolê”, poderiam começar a ser os solucionadores de problemas e criadores de ideias que possam realmente ajudar as pessoas. Como vai o trabalho nas ONGs?, Nos Gts? As participações no processo de construção das paradas? Como vai a politização da parada? A sugestão de temas sérios e relevantes? Como vai a criação de grupos que visem criar empresas LGBTs para que a questão do desemprego dessa população seja atenuada? O incentivo às empresas que nos apoiam? Como vão os financiamentos coletivos para criação de comunidades físicas para LGBTs? O estímulo à defesa pessoal ao invés do textão? Como vai o voluntarismo? E as campanhas pela aprovação de nossas pautas? E a mobilização contra a inquisição Gay que vem ocorrendo no mundo islâmico?

Pois bem, galera. Não adianta nada sair por aí se gabando pela sua “incrível capacidade de criar problemas” se você não tem a mesma capacidade de sequer pensar em como ajudar a solucioná-los.